Afrodite era a deusa do amor e a responsável
pela emoção dos mortais. Entre suas
habilidades estava o poder de guiar o rítmo da
natureza, uma metáfora recorrente da mitologia
grega - a oposição do amor ao caos, do
amor à morte, e assim por diante. Afrodite teve
um filho, Eros, que em grego significa amor,
mais conhecido entre nós, por sua versão romana,
cupido. Assim como sua mãe, Eros, com
suas asas de ouro e flechadas de emoção, espalhava
sobre a Terra, a vida, a alegria e a
fecundidade. Lá pelas tantas se apaixonou por
Psiquê, um mortal tão bela quanto sua mãe.
Tiveram um romance conturbado, mas finalmente
foram felizes, quando, Psiquê, após ingerir ambrosia tornou-se uma deusa,
líquidando as diferenças entre o casal. Desde então, a
ambrosia, por permitir a imortalidade e a sonhada
juventude eterna, é considerada o alimento
dos deuses. Com uma expectativa tão
alta até que a ambrosia que conhecemos,
um doce feito com leite cozido e talhado com açúcar,
que com o passar do tempo ganhou ovos e
diversos aromatizadores, como casca de laranja,
canela e cravo, não se saiu mal. Conquistou
no Brasil uma legião de admiradores, e se não
nos dá a imortalidade, nos permite pelo menos,
momentos de intenso prazer. Foi um dos
mais prestigiados doces do século 19, estando
sempre relacionado com momentos especiais.
A ela eram reservadas as melhores compoteiras
da casa, de preferência as de cristais. A princesa
Isabel, nossa cândida regente, era uma grande
apreciadora da ambrosia e, sempre que o
doce em servido na sua presença lembrava que
era uma comida dos deuses e por isso mesmo
era necessário alguma cerimônia em servi-la.
Às vezes, no Brasil, também é feita com coco e leite
de coco, e como sempre, com resultados divinos.